segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O Rubro, O Negro e a Cruz de Malta


Eu nem ando muito sintonizado com o futebol, mas depois da derradeira rodada de ontem do nacional (considerado por mim o pior dos pontos corridos) e sua repercussão nas xoxomidias (em especial o Facebook), me fez escrever a respeito, porque uma atualização de status e uma série de comentários em um perfil aqui e ali não dariam muito resultado.

Aos fatos: o Vasco está de parabéns. Primeiro por ter saído do buraco logo (poucos se lembram que, no começo do ano, Carlos Alberto era o capitão do time e PC Gusmão era o técnico). Perdeu quatro jogos (três para times de investimento irrisório, comparado com o Vasco) foi aí a guinada. Afastou Carlos Alberto e demitiu PC Gusmão. Chegou Ricardo Gomes, e daí foi só vitória. Campeão da Copa do Brasil e semifinalista da Copa Sul Americana. E quando todo mundo achou que o time tiraria o pé no nacional, o time jogou à vera e, dada escassez de qualidade técnica, chegou ao dia 04 de dezembro com chances de levantar mais um troféu (o que foi uma redenção para a torcida, carente de uma boa performance desde os tempos de Romário e via os rivais tendo sucesso em várias frentes).

Enquanto isso, no Ninho do Urubu, o Flamengo vinha na expectativa de apagar um 2010 ruim. A contratação de Ronaldinho Gaúcho (cercada de polêmicas e disse-e-me-disse), a chegada de Thiago Neves, a manutenção do “profexô” (eu adoro o “Luxemburguês”) e o seu “pojetu” (que primeiro se falou em título, mas se conformou com a vaga na Libertadores) . Ganhou o Cariocão de forma invicta. E na mesma Copa do Brasil que o rival foi campeão, foi o começo da derrocada. Perdeu para o Ceará em casa e não conseguiu reverter fora. E até começou o Nacional em boa forma, brigando na parte de cima. Contudo, havia uma verdade em todo ano: o time nunca atingiu uma seqüência de encher os olhos.

Ao passo que o Vasco mantinha um padrão (bom), o Flamengo ia ruindo. A seqüência de dez jogos sem vencer (derrotas em casa para poderosos Bahia e Atlético Paranaense) sepultaram as chances de título. Não as matemáticas, mas as emocionais. Começaram a surgir brigas, desentendimentos, traques... veio a chave internacional da Sula e o Flamengo... bem... perdeu por uma diferença de 4 gols. Mas poderia ter sido 6 ou 7 gols. Assim como na série sem vencer, vieram as montagens e os chistes. O Vasco? Ia bem, obrigado. Outra bola dentro do time: conseguiu manter o gás mesmo com o baque do afastamento do técnico por motivo de saúde.

Eis que, por um gracejo (acertado) da CBF, os dois se cruzam no final da temporada. O Vasco tinha maiores aspirações no campeonato (embora dependesse de uma improvável combinação). Ao Flamengo bastava um ponto para não depender de ninguém e salvar o “pojetu”. O Vasco não venceu o Flamengo (e não seria campeão). O Flamengo somou seu ponto e conseguiu a classificação para a (pré, embora seja considerada parte do torneio) Libertadores (já mencionei o “pojetu” do “pofexô”?). Aí chega a parte talvez mais importante.

Os chistes e as montagens pipocaram na internet. Os flamenguistas (em sua maioria esmagadora) chamavam a atenção e até de certa forma riam do fato do Vasco ter chegado em segundo (situação que, nos últimos anos foi recorrente, principalmente em finais contra o Flamengo). Os vascaínos rebatiam dizendo que, na história o Flamengo já foi mais vezes vice que o Vasco e que chegaram na classificação final do campeonato abaixo do mesmo. E o time conquistou um título, diferente do rubro-negro.

Aos vascaínos: os fatos apontados estão corretos. O time teve um ano de 2001 MUITO melhor que o rival, é para deixar o torcedor orgulhoso, depois de anos a míngua. Todavia, o que vocês disserem não vai mudar a postura do torcedor rubro negro de zombar do insucesso do rival. Isso é a rivalidade. Quando o Flamengo não vencia ou foi eliminado nos dois torneios de mata-mata esse ano, os mesmos chistes e montagens pipocaram em murais. Mesmo o Vasco sem nenhum “mérito” (nem sei se é a melhor palavra) nos feitos. Um dos componentes da rivalidade é isso: rir do vizinho, mesmo seu time em condição pior que a dele.
Aos flamenguistas: favor não se conformar com o sucesso do “pojetu” do “pofexô”. O time passou um ano inteiro sem realmente um time, um padrão. O “pofexô” já não faz mais bons trabalhos a anos, e essa história de Ronaldinho-Flamengo-Traffic. Longe de achar que está tudo bem, porque sabe quem as más línguas dizem que voltará ao futebol do Flamengo: Marcos Bráz, o gerente de futebol do “Império do Amor”. Durmam com um barulho desses.

P.S: a imagem é meramente ilustrativa e não tem relação nenhuma com o conteúdo da mensagem.