segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dois cariocas e dois paulistas.



O campeonato brasileiro vai caminhando e cada um vai começando a definir suas "zonas de conflito". Flu x Corinthians, vão brigar em cima. O Atlético-GO, vai brigar em baixo. E dois times de ponta, cuja expectativa era altíssima, vem patinando na tabela e não engrenam.

O São Paulo é um deles. Tem um time de fazer frente, dar inveja. Jogadores que seriam titulares de 9 entre 10 times da série A. Estrutura, estádio, todas essas coisas que a imprensa (principalmente a deles) gosta de pregar por aí. Mas o time não deslancha... e o seu problema, parece estar no Morumbi. Derrota para o botafogo e para o avaí (bons times, mas quem joga em casa sempre tem que se impor) e um empate sofrível com o cruzeiro. Vencia, levou a virada e no apagar das luzes, conseguiu escapar de novo vexame. Se em temporadas anteriores brigava na parte de cima, 2010 caminha para um final aquém.

Outro time que segue devendo é o alvinegro da baixada. Time muito bom, de elogios dispensáveis (pois já é de conhecimento público, e assinados embaixo por este que vos escreve). Fez um ano pré-Copa muito bom. Selou esse período já em agosto, com o título da Copa do Brasil e a classificação para a Libertadores-2011. Agora trava uma briga ferrenha com a janela para não ter seu desmanche já liquidado - Não adianta correr, a janela sempre alcança. Ontem, pela rodada 14 do nacional, tropeçou mais uma vez, mostrando a irregularidade da equipe. O vitória, que nada tem a ver com isso, fez mais 4 tentos e somou mais 3 pontos. Robinho já foi. Wesley tem um pé fora. Será que Neymar aguenta? O último que sair apague a luz?

Pegando a ponte aérea, temos dois alvinegros que tem alegrado suas respectivas torcidas. A turma da Colina parece ter tomado juízo e feito uma boa inter-temporada na Copa. Trouxe bons nomes (Felipe e Zé Roberto tem problema de cabeça, porque bola não falta), acertou com o único técnico invicto do difícil campeonato brasileiro - largou o Ceará na vice-liderança. Este vai caindo, enquanto o vasco, com o material humano que tem, pega o elevador de subida. Já são sete jogos sem perder e, se antes era o temor com o rebaixamento, agora é a esperança do G4 do bem.

O outro alvinegro carioca também parece sair fortalecido das férias forçadas. Com bons nomes chegando como Jobson e Maicossuel (que foi perder seu tempo na Alemanha) e boas opções como Renato Cajá, o botafogo vai ganhando liga. O momento é tão bom que Joel - o gênio por trás da obra - pode se dar ao luxo de não contar com Loco Abreu, o cara do cariocão. Três vitórias consecutivas. Duas fora de casa. Do G4 do mal ao G4 do bem. Mantendo o nível (que é o desafio desse campeonato tão equilibrado) vai voar alto. Tudo graças ao sujeito simpático da ilustração-tema da postagem.



Quando voltar, trago mais dois tricolores na cartola.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dias melhores


"Vivemos esperando, um dia em que seremos melhores...". A canção cai muito bem para se tratar do "amigável" do selecionado brasileiro contra os ianques.

É inegável uma melhora. Movimentação, passagem dos laterais, triangulações, toques curtos... tudo isso se salientou na partida de ontem. Tudo isso que faltou na África do Sul. Não faltou talento. Ainda que pouco, havia ali. Mas ontem, sobressaiu. Mais gente habilidosa, que sabe tratar a bola.

Não tem como não falar de Neymar. Se deslocou, pediu a bola, tentou dribles e partiu para dentro. Não era uma seleção de ponta, mas o garoto não se omitiu. Teve inteligência e oportunismo para deixar seu gol, em uma penetração na área partindo em diagonal, quando já havia mudado o posicionamento em campo. Robinho manteve o padrão de bom futebol apresentado na seleção e, com o entrosamento do Santos, ficou mais fácil. Ganso apareceu menos, devido ao jogo funcionar mais pelos lados do campo - com o propósito de transpassar uma tentativa de ferrolho. Mas ainda assim, Paulo Henrique também deu seu toque de talento ao time (pra quem não lembra e/ou não viu, a bola que o Ramires serviu ao Pato, passou pelos pés dele).

Dois nomes que eu gostaria de fazer uma menção elogiosa: o primeiro é Andre Santos. Jogando em um "exército de um homem só" (era o único canhoto no time titular de Dunga, enquanto jogava) ficava perdido. Ontem, com mais gente a frente e sempre alguém aparecendo para triangular, ficava mais fácil de atuar. Além de conhecer o comandante, claro. Outro que também apresentou um bom futebol, também se deslocou, apareceu, finalizou, teve um gol (bem) anulado e fez outro, mostrando categoria. Provou ter cancha para fincar lugar no grupo.

É para ter euforia? Sim. Outras seleções, que tiveram a premissa da renovação ou aposta em elencos vencedores, ficaram pelo caminho. Itália perdeu. Espanha, Holanda e Alemanha, empataram. A Argentina sofreu. O Brasil, com time novo, venceu uma seleção que engrossou na Copa e tem dado trabalho a quem enfrenta.

É para ter cautela? Sim. Nem todos os adversários que o Brasil enfrentar, terá o padrão nível, técnico e tático do adversário de ontem. A molecada é boa mas é verde, pode sentir a pressão contra uma catimba argentina. Pode haver o deslumbramento, a soberba. Já houve lampejos pelos clubes, desses jogadores se achando maiores do que (ainda) são. Não é por aí.

Mas não dá pra não ficar alegre ao ver essa seleção em campo. Se a primeira impressão é a que fica, a mim agradou.