quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dias melhores


"Vivemos esperando, um dia em que seremos melhores...". A canção cai muito bem para se tratar do "amigável" do selecionado brasileiro contra os ianques.

É inegável uma melhora. Movimentação, passagem dos laterais, triangulações, toques curtos... tudo isso se salientou na partida de ontem. Tudo isso que faltou na África do Sul. Não faltou talento. Ainda que pouco, havia ali. Mas ontem, sobressaiu. Mais gente habilidosa, que sabe tratar a bola.

Não tem como não falar de Neymar. Se deslocou, pediu a bola, tentou dribles e partiu para dentro. Não era uma seleção de ponta, mas o garoto não se omitiu. Teve inteligência e oportunismo para deixar seu gol, em uma penetração na área partindo em diagonal, quando já havia mudado o posicionamento em campo. Robinho manteve o padrão de bom futebol apresentado na seleção e, com o entrosamento do Santos, ficou mais fácil. Ganso apareceu menos, devido ao jogo funcionar mais pelos lados do campo - com o propósito de transpassar uma tentativa de ferrolho. Mas ainda assim, Paulo Henrique também deu seu toque de talento ao time (pra quem não lembra e/ou não viu, a bola que o Ramires serviu ao Pato, passou pelos pés dele).

Dois nomes que eu gostaria de fazer uma menção elogiosa: o primeiro é Andre Santos. Jogando em um "exército de um homem só" (era o único canhoto no time titular de Dunga, enquanto jogava) ficava perdido. Ontem, com mais gente a frente e sempre alguém aparecendo para triangular, ficava mais fácil de atuar. Além de conhecer o comandante, claro. Outro que também apresentou um bom futebol, também se deslocou, apareceu, finalizou, teve um gol (bem) anulado e fez outro, mostrando categoria. Provou ter cancha para fincar lugar no grupo.

É para ter euforia? Sim. Outras seleções, que tiveram a premissa da renovação ou aposta em elencos vencedores, ficaram pelo caminho. Itália perdeu. Espanha, Holanda e Alemanha, empataram. A Argentina sofreu. O Brasil, com time novo, venceu uma seleção que engrossou na Copa e tem dado trabalho a quem enfrenta.

É para ter cautela? Sim. Nem todos os adversários que o Brasil enfrentar, terá o padrão nível, técnico e tático do adversário de ontem. A molecada é boa mas é verde, pode sentir a pressão contra uma catimba argentina. Pode haver o deslumbramento, a soberba. Já houve lampejos pelos clubes, desses jogadores se achando maiores do que (ainda) são. Não é por aí.

Mas não dá pra não ficar alegre ao ver essa seleção em campo. Se a primeira impressão é a que fica, a mim agradou.

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