quarta-feira, 17 de março de 2010

Eterno foguete molhado?


Mais uma vez Dodô está na berlinda. A pergunta é: até quando?

A primeira camisa foi a do Nacional, de São Paulo. Passou discretamente pelo Fluminense e Paraná. Até destacar-se de vez no São Paulo.

Lá fez dupla com Aristizábal, um dos bons gringos que cruzaram o Brasil. Começou matador, atraindo os olhos de Zagallo. Fez apenas cinco jogos e dois gols. Porém, as vacas pelos lados do Morumbi eram magras, e ficou somente com um Paulista o currículo.

De lá, desceu a serra e foi jogar na Vila famosa, num tempo em que o presidente emprestava dinheiro para o clube e bancava contratações caras (além do próprio Dodô, nomes como Rincón, Carlos Germano e Edmundo passaram por lá em um período de dois, três anos). O que deixou marcado foi um golaço contra o Inter, no Beira-Rio.

Na primeira passagem pelo Botafogo, em 2001, uma salvação do rebaixamento. Coisa que não conseguiu fazer no Palmeiras, no ano seguinte. Mesmo acompanhado de jogadores como Leo Moura, Arce, Marcos, Zinho e Pedrinho. Ou seja: mais uma passagem por um time grande, mais um insucesso.

Daí foi se esconder pela Ásia. Ulsan Hyundai e Oita Trinita foram os times que abrigaram o artilheiro que, mais uma vez, se destacou por um belo gol, do meio campo. Voltou discretamente ao Brasil através do Goiás. Discretamente, pois foi banco de Roni e Souza.

Em 2006, volta ao Botafogo e começa a formar sua fama de "artilheiro dos gols bonitos". Campeão estadual pelo alvinegro, sai no melhor momento da temporada, a procura de uns petrodólares. Voltou novamente em 2007, no ano do início do inferno astral. Começou a temporada de maneira avassaladora, apresentando um bom futebol e mais gols bonitos. Mais uma vez ensaiou que ia, mas a eliminação catastrófica para o Figueirense em pleno Maracanã e o vice-estadual para o Flamengo azedou a performance.

Mas nada que piorasse mais que o Doping.

Primeiro foi suspenso pelo STJD. Depois, teve a pena revogada. Porém, seu futebol começou a cair, junto com a performance do time. Sem clima, foi formar o trio de ataque dos sonhos no Fluminense, na temporada seguinte, onde o tricolor jogaria a libertadores. Mais uma vez, marcado principalmente por um golaço contra o Arsenal de Sarandí, em uma goleada no Maracanã. Mesmo com a saída de Leandro Amaral para o Vasco, por força de uma ação judicial, foi relegado a reserva, perdendo a vaga para um volante (Cícero). Gerou um nítido desconforto no elenco, até a WADA desarquivar seu caso e julgá-lo. Teria de cumprir o restante da pena por doping, até completar dois anos.

Agora, tenta a sorte novamente no futebol, dessa vez vestindo a camisa do Vasco. O começo foi promissor: uma artilharia provisória do campeonato carioca e um baile contra o ex-clube. Mas caiu de desempenho junto com o time e virou segunda opção para entrar em campo contra o poderoso ASA de Arapiraca.

Resumo: Dodô começa bem, mas uma hora ou outra acaba caindo de desempenho. Até quando? O tempo está acabando...


Um comentário:

  1. Meu caro Filipilton Neves, flamenguista criticar o Dodô é sacanagem, vocês deviam ser fãs do atleta. Mas como você é um flamenguista atípico, que argumenta com racionalidade e amor ao desporto, preciso concordar contigo.

    Quando o Dunga foi questionado sobre predileções na equipe da Seleção Brasileira (a polêmica do elenco da Copa América que permanece até hoje), ele retrucou com um comentário: " - Tem jogador que está aí há anos e até hoje é promessa." Na hora eu lembrei do Dodô...

    ResponderExcluir